O discurso oficial unanimemente repetido teima em apresentar o ex Ministro Secretario General del Movimiento fascista como “o home que troujo a democracia a Espanha” (sic), enquanto se glorifica como “modélica” a Transición Democrática e o atual quadro jurídico-político submergido na crise mais profunda da sua história.
O cerramenta de fileiras do regime por volta de Suárez e a Transición
é generalizado, apagando vozes discordantes e contando incluso com o
apoio de sectores proclamados progressistas e nacionalistas que evadem o
confrontamento ideológico para se aproximarem da correçom política imperante.
O independentismo galego, liberado destes lastres, proclama que Adolfo
Suárez nom foi outra cousa que o condutor dumha transformaçom
planificada do fascismo numha imperfeita democracia burguesa também
espanhola e da reestruturaçom do capitalismo espanhol.
Fraude política histórica
Com o apoio ativo da oligarquia económica e financeira, dos sectores
mais inteligentes do bunquer fascista e a tutelagem de Estados Unidos e
Alemanha, Adolfo Suárez é o rosto que simboliza a imposiçom dumha
reforma do regime espanhol sem rutura democrática, perpetuando o status quo surgido
do massacre perpetrado na Galiza desde 1936, liberando de
responsabilidades o Exército espanhol e os corpos da repressom, negando o direito de autodeterminaçom ao nosso país e garantindo a posiçom de força que ainda hoje mantém a oligarquia espanhola.
O seu papel na repressom durante a Transición Democrática é,
por significativo e incómodo para o discurso apologético, habitualmente
velado no discurso oficial. No entanto, Suárez foi o presidente
espanhol que pujo sob o foco a vigiláncia e a repressom do movimento
operário e dos movimentos populares, deu amplas margens de
permissividade à atuaçom do Terrorismo de Estado que nunca investigou e
iniciou, com os Pactos de La Moncloa, umha política de
deterioraçom dos direitos da classe trabalhadora galega e liquidaçom do
movimento sindical que continua até hoje.
Valedor da unidade do Estado
Legitimar a monarquia espanhola e defender a Unidad de España
som os dous peares nos que assentou a operaçom transformista do
fascismo para possibilitar a integraçom do Estado espanhol na CEE e a
OTAN. Adolfo Suárez, com as contradiçons, avanços e retrocessos
inerentes a um processo complexo como este, foi o condutor dumha viagem
que, de umha ótica galega, mantivo e mantém ainda o nosso povo privado
de soberania, ou o que é o mesmo: num estadio político em que nom
podemos afirmar com propriedade que as galegas e os galegos vivamos
numha democracia nem sequer em termos formais.