Causa
Galiza assinou nesta semana o manifesto apoiado por diversos agentes
sociais, sindicais e políticos nacionalistas e independentistas galegos
em que se incide na necessidade da soberania e a independência nacional
como soluçom e estratégia de luita popular. O manifesto, que incide na
urgência de dispormos dum Estado próprio, denuncia também a "repressom constante contra aqueles homens, mulheres, organizaçons e luitas" comprometidas nesta direçom.
Embora
achamos positiva a publicaçom desta declaraçom independentista, de
Causa Galiza criticamos também a absoluta insuficiência no contexto
atual de fórmulas retóricas e formais, fazendo-se urgente dar passos
práticos e efetivos numha política de unidade de açom em favor da rutura
democrática com o regime e o Estado espanhóis e a construçom do nosso
próprio Estado que fagam converger, na praxe, os agentes sociais,
sindicais e políticos envolvidos neste manifesto, assim como outros que
pudessem aderir. A seguir, reproduzimos a declaraçom:
Viva a Pátria Galega!
A Galiza é umha naçom oprimida polo Estado espanhol. Esse submetimento
fai parte da história, mas também estende os seus tentáculos na
atualidade, para garantir a perpetuaçom de um sistema baseado no fomento
das desigualdades. Na carência de soberania radicam a imensa maioria
dos graves problemas que padecemos todas as pessoas que conformamos este
povo e como naçom. Por isso, frente às reivindicaçons soberanistas das
naçons que integram o Estado espanhol, este responde impulsionando um
forte processo de recentralizaçom e anulaçom dos direitos nacionais e de
repressom constante contra aqueles homens, mulheres, organizaçons e
luitas que os reivindicam.
O atraso secular que arrastamos deriva da exploraçom económica, da
dominaçom política e da assimilaçom cultural a que a Galiza se vê
submetida por Espanha, um Estado que conculca os mais elementares
direitos coletivos dumha naçom como a Galiza, um Estado que
impossibilita o exercício do direito de autodeterminaçom recolhido em
todos os tratados e protocolos internacionais.
A crise económica, política, institucional do regime espanhol acelerou
a recentralizaçom e a implementaçom de um conjunto de medidas tendentes
a destruir a nossa identidade nacional e a reforçar os mecanismos de
dependência que visam inviabilizar-nos economicamente.
A crise económica está a ser a coarctada empregada polo Governo
espanhol para aplicar toda umha série de políticas neoliberais ditadas
pola Troika, que estám a arruinar as classes populares e o conjunto do
povo galego. Roubam-nos direitos laborais, empobrecem os salários,
expulsam-nos para a emigraçom, impedem a capacidade de produzir dos
nossos setores produtivos e industriais básicos, condenam-nos ao
desemprego e à precariedade, arrastam-nos até a exclusom social,
deterioram e privatizam os serviços públicos, despejam-nos das nossas
vivendas...
É evidente que a situaçom económica e social do povo galego será outra
se possuirmos um sistema financieiro próprio, se tivermos capacidade
para decidir diretamente as políticas agrárias, pesqueiras ou as que
tenhem a ver com as potencialidades da nossa indústria naval, se
dispugermos de capacidade para decidir a ordenaçom do nosso território, e
se acreditarmos na nossa lingua e cultura como genuína expressom da
nossa maneira de tripar a terra. O povo galego está a padecer as
conseqüências devastadoras da ausência de soberania no quadro de umha
crise do sistema capitalista e da crise de umha UE radicalmente
neoliberal, dominada polos mercados financieiros. Numha tentativa de
frear a vontade de soberania e democracia dos povos, suportamos um
dramático processo de involuçom de direitos e liberdades.
Perante esta adversa situaçom, um setor destacado deste povo temos a
firme determinaçom de exercer como galegas e galegos, de recuperar os
direitos nacionais perdidos, de caminhar a meio da ruptura democrática
para um processo constituinte que culmine na proclamaçom da República da
Galiza, pois é a única forma para sentarmos as bases de um verdadeiro
desenvolvimento económico e social, da criaçom de emprego, da
recuperaçom dos direitos sociais e da qualidade de vida do povo galego.
Por todo isto, perante o Dia da Pátria de 2014, as forças políticas, sindicais e sociais abaixo assinadas apelamos:
1. Ao nosso povo para secundar ativamente todas aquelas iniciativas
patrióticas promovidas nas vindeiras semanas ao longo da Naçom que
reclamem o direito a decidir, a soberania e a independência nacional da
Galiza.
2. A pendurar nas varandas, janelas, fachadas de casas e vivendas, o emblema nacional da nossa pátria, a bandeira da Galiza.
3. A reclamarmos, coletivamente, a começar polo povo Galego, o direito
dos povos a viverem em liberdade, com base nos principios básicos de
autodeterminaçom e de justiça.
Na Terra, em 22 julho de 2014
Assinam
Agir
Bloque Nacionalista Galego (BNG)
Briga
Causa Galiza
Ceivar
Central Obreira Galega (COG)
Comités
Confederaçom Intersindical Galega (CIG)
Federación Rural Galega (FRUGA)
Galiza Nova
Liga Estudantil Galega
NÓS-Unidade Popular (NÓS-UP)
Partido Comunista do Povo Galego (PCPG)